mardi 2 octobre 2007

Quel avenir pour le français?

"De nos jours, beaucoup de monde s'inquiète sur l'avenir de notre langue. Certains acceptent mal que celle-ci évolue, car ils craignent de ne plus se reconnaitre en elle. D'autres redoutent que son existence sur le plan international soit menacée, principalement par l'anglais. Ce travail se propose donc d'étudier ces questions, en analysant d'une part les procédés lexicaux et syntaxiques que subit actuellement la langue française, et en examinant méticuleusement d'autre part «sa santé» dans le monde, notamment dans le monde francophone. On voit donc ici que ce travail suit deux grandes lignes orientatrices. En ce qui concerne l'évolution au niveau de sa structure, ce sont les jeunes, surtout les jeunes des banlieues, qui en sont les principaux responsables. En effet, ils cherchent à se démarquer de la société qui les entoure, en créant de ce fait un groupe soudé, dont la caractéristique principale est un nouveau langage, essentiellement compris par eux mais qui se développe très vite dans toutes les couches de la société française. On peut alors se demander comment réagissent les institutions qui normalisent la langue française. En fait, actuellement, celles-ci s'intéressent à d'autres questions, comme par exemple la féminisation des noms de métiers ou les rectifications de la nouvelle orthographe. Elles tentent également de préserver la langue française, non pas contre la création des jeunes des banlieues, mais contre les nouveaux mots qui apparaissent et qui proviennent surtout des nouvelles technologies et de l'anglais. Quant à la place du français dans le monde, la situation est particulière selon les pays. En France par exemple, il existe actuellement une politique linguistique assez protectionniste. Pourtant, l'anglais s'immisce quand même dans tous les secteurs de la société. La situation est extrêmement préoccupante, d'autant plus que le pays tend à se diluer dans l'Union Européenne, qui, bien qu'elle affiche des valeurs qui promeuvent la diversité culturelle, en réalité elle prône l'anglais comme l'unique langue de l'Union. Dans les autres pays francophones du monde, le français est, soit concurrencé par l'anglais, soit par l'une des autres langues officielles. Enfin, dans les institutions internationales, le français ne bénéficie plus d'une situation privilégiée et est parfois tout juste tolérée. Comme on peut le voir, la langue française est bien menacée dans le monde. En fait, ce sont les États-Unis les principaux responsables. En effet, ils profitent de leur puissance politique et économique pour développer, avec l'aide des autres pays anglophones, une politique linguistique interventionniste et même agressive, assujettissant tous les autres peuples à leur langue et à leur culture. Pour contrer cela, les pays francophones du monde entier développent des initiatives, timides et peu efficaces. Par exemple, l'Organisation internationale de la Francophonie, l'essor des associations de défense de la langue française ou encore des initiatives politiques ponctuelles. Malheureusement, face à une certaine passivité existante, cela ne suffit pas. Peut-être faudrait-il que les pays francophones s'unissent réellement avec une volonté claire de promouvoir le français dans le monde, d'écarter l'anglais de leurs pays et de trouver des solutions alternatives à cette langue comme langue unique (l'espéranto par exemple). En tout cas, par la force naturelle des choses, le français évolue, s'enrichissant de mots nouveaux et cela n'est pas préoccupant en soi. Par contre, au niveau mondial, et face à la menace que représente l'anglais, si rien n'est fait, l'avenir de notre chère langue française parait bien sombre. "

de

Mar, Jony Estrada Pereira do



Tese de Mestrado da Universidade do Minho

http://hdl.handle.net/1822/6495


Tradução:

"Existe actualmente em França uma grande preocupação no tocante ao futuro da língua francesa. Uma certa classe intelectual, conservadora, teme que a evolução da língua venha a descaracterizá-la. Por outro lado, constata-se que o francês no mundo está em risco, ameaçado nomeadamente pelo inglês. Propomo-nos nesta dissertação estudar essas duas questões, procurando, em primeiro lugar, analisar os processos lexicais e sintácticos pelos quais nos dias de hoje está a passar a língua francesa, e examinar, em segundo lugar, a sua «saúde» no mundo actual, sobretudo no mundo francófono. No que diz respeito à evolução a nível da estrutura da língua, são essencialmente os jovens, sobretudo os jovens dos subúrbios, os seus principais responsáveis. Efectivamente, eles procuram afastar-se da sociedade circundante, criando, deste modo um grupo unido por uma nova linguagem, que só eles podem compreender, mas que, rapidamente, ultrapassa essas barreiras e penetra em todos os sectores da sociedade francesa. Podemos, então, questionarmo-nos sobre o modo como as instituições que regem a língua francesa reagem perante este novo fenómeno linguístico. Na realidade, elas estão mais preocupadas com outras questões, tais como as novas regras do feminino nas profissões ou as rectificações da nova ortografia. Tentam, ainda, preservar a língua francesa, não contra a nova linguagem dos jovens, mas contra todas as palavras que surgem e que provêm das novas tecnologias e da língua inglesa. No tocante à posição do francês no mundo, a situação é específica em cada país. Em França, por exemplo, existe uma política linguística bastante proteccionista. No entanto, o inglês intromete-se irremediavelmente na sociedade francesa. A situação é de tal forma preocupante que o país dilui-se na União Europeia e esta, apesar de defender a diversidade cultural, promove o inglês como única língua da União. Nos outros países francófonos do mundo, o francês está ou ameaçado pela língua inglesa, ou por uma das outras línguas oficiais. Finalmente, nas instituições internacionais, o francês já não beneficia de uma situação privilegiada, sendo, por vezes, apenas tolerado. Como se pode verificar, a língua francesa está ameaçada no mundo. Os principais responsáveis desta situação são os Estados Unidos, pois aproveitam o facto de serem uma grande potência política e económica para desenvolver, com a cooperação dos outros países anglófonos, uma política linguística intervencionista e até mesmo agressiva, sujeitando, assim, todos os outros povos à sua língua e cultura. A fim de contrariar este facto, os países francófonos do mundo inteiro desenvolvem iniciativas, embora tímidas e pouco eficazes como, por exemplo, a Organização Internacional da Francofonia, as acções das associações de defesa da língua francesa ou, ainda, as iniciativas políticas pontuais. Infelizmente, perante uma certa passividade, tal não é suficiente. Talvez seja necessário que os países francófonos se unam realmente, patenteando uma vontade firme de promover o francês no mundo, de afastar o inglês dos próprios países e de encontrar soluções alternativas a esta língua em termos de língua única e universal (o esperanto, por exemplo). Seja qual for o caso, e pela força natural das circunstâncias, o francês evolui, enriquecendo- se de palavras novas, o que é extremamente louvável. Todavia, a nível mundial, e perante a ameaça que representa o inglês, o futuro da língua francesa está comprometido, se nada for feito."

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